Lembro-me desde sempre de ter um fraquinho pelo género do terror e ao longo dos anos fui desenvolvendo esta esta ideia de que não é fácil fazer um bom horror movie. Uma boa história é fundamental, independentemente do género, mas aqui sinto que pouco se inova, recorrendo-se mais clichés. Por isso, tendo a encarar as novidades neste campo com um misto de curiosidade e ceticismo.
Assim, foi com expectativas moderadas que me aventurei pela “Stranger
Things”, uma websérie de suspense, ficção científica e terror criada pelos
irmãos Matt e Ross Duffer. And... so far so good. Não é uma série que nos faça saltar
do sofá, mas embala-nos ao ponto de querermos ver o próximo
episódio para saber o que irá acontecer. E embora a exploração psicológica das
personagens seja um pouco superficial – encontramos alguns estereótipos
comuns, sobretudo nos adolescentes –, é também um mimo para os
fãs dos filmes de terror da geração de 80; eu pelo menos não consegui evitar
recordar-me da protagonista do Pesadelo em Helm Street, Nancy, curiosamente com
o mesmo nome de uma das personagens principais do Stranger Things. Nem resistir
àquele cheirinho a old X-Files, que começa no título da série e prolonga-se em várias referências durante a história. E
como ficar indiferente a Wynona Ryder, que me transporta sempre ao universo fantástico do Eduardo Mãos-de-Tesoura? O nome da atriz é o
primeiro a surgir num genérico simples e bem conseguido, que nos sintoniza logo
numa atmosfera eighties. Apesar de retro, a série acaba por ser refrescante, pela inovação que é ver o terror e o fantástico neste formato.
Destaque ainda para as personagens
infantis, quanto a mim as mais “reais” do enredo, cuja dinâmica dá uma certeza leveza à
série e contribui para nos ligar emocionalmente à história, sem que se caia excessivamente no lado cheesy.
Boas expectativas para os próximos capítulos.
Boas expectativas para os próximos capítulos.